quinta-feira, 29 de agosto de 2013

Análise Crítica do Documentário: Muito Além do Peso

A obesidade, por muito tempo tratada como algo distante, aos poucos tem se tornado cada vez mais discutida, mas não tanto como deveria ser, uma vez que falamos de um problema que já é mundial. Em: Muito Além do Peso, documentário que visa informar as pessoas do motivo de tantas crianças obesas no Brasil, percebemos o quanto este assunto ainda precisa ser trabalhado, principalmente entre as famílias e na escola. 
Os dados destacados no documentário e as histórias reais que foram contadas mostram o quanto tem crescido o número de crianças que apresentam sintomas de doenças de adultos, como por problemas de coração, respiração, depressão e diabetes tipo 2, todas com base na obesidade.
A partir das histórias contadas, também é possível perceber os motivos pelos quais tem crescido os problemas de peso entre as crianças, onde podemos destacar: A falta de informação, a falta de disciplina, o desejo pela praticidade e a influencia da mídia.
A falta de informação é percebida principalmente nos lugares mais pobres, pelos pais, porém, quanto às crianças é visto um grande número de desinformados independente da classe social e não só em relação a dados mais difíceis de serem achados, mas também é visto uma grande falta de contato das crianças em geral com o mundo dos vegetais, frutas e legumes simples e de fácil acesso.
A falta de disciplina é também um dos grandes causadores da obesidade, a partir do momento que os pais perdem totalmente o controle sobre o filho, sendo eles manipulados por choros e manhas. Torna-se mais fácil ceder e alimentar os caprichos dos filhos, do que sentar com eles e conversar sobre o quão importante é uma alimentação saudável e que independente do choro e da manha os pais iriam escolher pelo o que é certo. Neste quesito é válido destacar que quando sedemos e fazemos o capricho de uma criança estamos afetando também a pessoa que ela se tornará no futuro.
O desejo pela praticidade é citado por uma mãe no documentário. Quando ela é questionada do motivo pelo qual permite que sua filha leve lanches industrializados para a escola, ela responde: “... pela praticidade.”. 
Os pais muitas vezes pensando em agilizar as coisas, devido ao ritmo corrido de todos os dias, acabam por prejudicar a alimentação de seus filhos, comprando para eles alimentos como: Toddynho, refrigerante, Trakinas, bolinhos prontos, entre outros, para passarem o dia na escola dependendo apenas dos nutrientes destes alimentos. Quando não promovem almoços ou lanches em fast foods, para economizarem o tempo em vez de cozinharem.  
O marketing das indústrias alimentícias também tem grande influencia na alimentação das crianças. O apelo publicitário tem sido muito forte, chamando atenção com propagandas persuasivas, utilizando personagens de desenhos animados e filmes, para divulgar alimentos nada nutritivos e com grande porcentagem de gordura. A mídia tem se tornado uma aliada da obesidade, quando, na verdade, poderia estar promovendo saúde, principalmente para o público infantil. 
Ainda há muitos outros fatores mostrados no documentário que tem levado as crianças a estas terríveis condições de vida, mas por fim destaco a falta de atividades físicas. No vídeo vemos o quanto as crianças tem se interessado por jogos online, vídeo games, por passar horas na frente do computador ou da televisão e o quanto elas tem parado de brincar na rua, correr e se exercitar. Ainda é mostrado um menino que conta ter Educação Física no colégio apenas uma vez por semana, com o tempo de 15 minutos, segundo ele. Quando se fala em exercício físico para crianças, o descaso é muito grande. Hoje em dia nas escolas qualquer coisa é mais importante que a aula de Educação Física, em casa os pais não tem tempo para saírem com seus filhos e praticarem algum esporte e a rua está muito perigosa para eles irem sozinhos. Em clubes ou escolinhas, somente as crianças que tem dinheiro tem acesso e as atividades que são públicas, ou são mal divulgadas ou são longe demais para a locomoção da criança.

A obesidade infantil é um grande problema mundial que tem crescido cada dia mais e que ainda há muito que se fazer para que todos se conscientizem disto, por isso, a importância de documentários como este, Muito Além do Peso, serem divulgados pela mídia, escola e pelas famílias. 

quarta-feira, 28 de agosto de 2013

Glicólise Aeróbia

GLICÓLISE AERÓBIA

Nessa postagem o assunto tratado, glicólise aeróbia, é a continuação da postagem anterior, glicólise anaeróbia.

Quando a AcCOA já está na mitocôndria, ela reage com o oxalacetato, através da enzima Citrato Sintase, formando, então, o citrato. A partir daí são realizadas diversas reações, que no final de seu processo origina o oxalacetato, que reinicia o ciclo ao reagir com a AcCOA. Em cada ciclo completo dessas reações são liberados 3 NADH, 1 FADH E 1 ATP, caracterizando o ciclo de Krebs, sendo que NADH e FADH são compostos de alto nível energético que podem, e vão, ser oxidados na cadeia respiratória (não esquecendo que: Quando cada piruvato passa para dentro da célula, é liberado 1 NADH).



Cadeia respiratória:

NADH e FADH irão para a cadeia respiratória, que acontece nos citocromos destacados na imagem acima.
A cada nível da cadeia, NADH e FADH vão oxidando e reconstituindo ATP, porém, FADH inicia seu processo de oxidação somente no segundo nível(complexo) da cadeia, enquanto NADH inicia desde o primeiro, resultando que NADH reconstituirá 3 ATP e FADH 2 ATP. Ao final da cadeia, ainda temos a liberação de 2 íons H+, que acidificam o meio. Ao acumular Hidrogênio, tenho o fenômeno de acidose, que precisa ser neutralizado. Para que isso aconteça, é necessário que o oxigênio esteja presente, porque, assim, ao final do processo, terei formado água, neutralizando o meio. Vê-se, portanto, a importância do oxigênio, pois sem ele isquemias teriam acontecido.



RENDIMENTO ENERGÉTICO:

Glicólise: 2 ATP
NADH:  4X2(2 ciclos de Krebs)X3(cada NADH faz 3 ATP) = 24 ATP
FADH: 1X2X2= 4 ATP
ATP (substrato)= 1x2 = 2 ATP
Lançadeira de elétrons(capta NADH e joga de volta para mitocôndria): 2X3 = 6 ATP


QUE RESULTA EM: 38 ATP/molécula de glicose

segunda-feira, 26 de agosto de 2013

Glicólise Anaeróbia

Conceitos:

Glicose: Está nos fluidos corporais; É um carboidrato de fórmula C6 H12 06, utilizado como fonte de energia e intermediário metabólico.
Glicemia: É a concentração de glicose no plasma sanguíneo. O valor de referência é igual ou menor que 100mg/dl.
Glicogênio: É a reserva energética que está nas células animais. É um polímero de moléculas de glicose que está em maior quantidade no músculo, mas que tem maior concentração nas células hepáticas.
Insulina : É o hormônio responsável pela captação da glicose, diminuindo sua concentração no sangue.
Glucagon: É o hormônio responsável pela quebra da molécula de glicogênio, aumentando a concentração de glicose na corrente sanguínea.

Para que a glicose seja transportada para o interior da célula, é necessária a produção e captação da insulina por seus receptores de membrana, sendo esses os estímulos necessários para que inicie diferentes reações que resultarão no transporte da glicose.
A insulina após produzida percorre a corrente sanguínea até as células, para que a ligação entre insulina e membrana celular seja feita existem os receptores de insulina  que permitem à insulina entrar na célula, os IRS (substrato Receptor de Insulina) sofrem a fosforilação , que ativará a proteína AKT, que por sua vez estimulará a vesícula intracelular que contém glut 4 em seu interior. Através da translocação dessa vesícula até a membrana celular, as membranas do glut 4 e da célula se fundirão, permitindo que o glut 4 exerça sua função de transportar a glicose para o interior da célula.




DIABETES TIPO I

A diabetes tipo I é decorrente da não produção do hormônio insulina pelo pâncreas, não ocorrendo a exteriorização do glut 4 para a captação da glicose no sangue, aumentando a quantidade da mesma nos fluidos corporais.

DIABETES TIPO II

A diabetes tipo II é decorrente do aumento da gordura visceral (que gera alto risco de doenças cardiometabólicas). Essa gordura visceral gera um fluxo de gordura para a circulação, que é captada pelo músculo, aumentando o triglicérides muscular, fato esse que bloqueia a ação da proteína AKT e a fosforilação do IRS, diminuindo a translocação do GLUT 4  para a membrana celular, o que resulta no acúmulo de glicose nos fluidos corporais.

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Quando a glicose entra no músculo ela sofre um processo de fosforilação, ou seja, é adicionado a ela um grupamento fosfato, que vem do gasto de 1 ATP e forma um ADP, transformando-a em G-6-P (fosfato no sexto carbono da cadeia de glicose). A partir disso é formada a Frutose-6-P (fosfato também no sexto carbono da cadeia de frutose. Com a ação da FosfatoFrutoQuinase (PFK, enzima reguladora da velocidade desse sistema), temos a origem da Frutose-1,6-P (fosfato no primeiro e no sexto carbono da cadeia de frutose), onde é gasto mais um ATP e forma mais um ADP, que se divide em duas moléculas de 3DPG (difosfatoglicerato). Cada molécula de DP, ao final de suas reações, irá formar um piruvato, e para isso serão liberados 2 ATP e 1NADH2. Assim, os 2 ATP gastos no início do processo serão repostos, pois para cada molécula de glicose tenho dois piruvatos, e cada um desses forma 2 ATP e 1 NADH2, resultando em um saldo energético de 2 ATP/molécula de glicose.

 

O piruvato pode ser convertido em Alanina, Oxalacetato, Acetilcoenzima A (AcCOA) e Lactato.
Se o piruvato ficar no citoplasma, ele será transformado em Lactato, mas se ele entrar na mitocôndria se transformará em AcCoA, dando início ao Ciclo de Krebs.
Mas o que determina para onde vai o piruvato? O gradiente de concentração de piruvato dentro e fora da mitocôndria.
Para que o piruvato entre na mitocôndria, é preciso que existam os MCTs (proteínas carreadoras), que vão, através do transporte de Difusão Facilitada, transportar o piruvato para dentro da mitocôndria, onde ele será transformado em AcCoA. Quando as proteínas carreadoras estão saturadas, a quantidade de piruvato extracelular aumenta, ativando a LDH (lactato desidrogenase), transformando esse piruvato em lactato.



ESCLARECENDO...

àEm repouso, produzo mais AcCoA porque estou formando piruvato e não saturo os MCTs.
àEm atividade intensa tenho a produção do lactato porque a quantidade de piruvato livre é maior do que a quantidade de MCTs que possuo, aumentando a quantidade de piruvato extracelular, que ativa a LDH e transforma-o em lactato.
àA capacidade de captar piruvato depende do tamanho e quantidade de mitocôndrias, portanto, mais ou menos MCTs. Capacidade essa que é treinável com o Exercício Físico, principalmente com atividades aeróbicas. Quanto melhor for o condicionamento aeróbico da pessoa, menor será a quantidade de lactato presente no sangue, pois devido ao aumento do número e do tamanho das mitocôndrias, terei mais MCTs disponíveis para o transporte de piruvato para o interior da mitocôndria.

EVITANDO O LACTATO NO SANGUE


Existem duas opções para evitar o acesso de lactato extracelular: Uma delas é metabólica e a outra não metabólica. A primeira (metabólica), é usar as gorduras como fonte de energia, por exemplo, ao invés de usar a glicose, pois essa não produz piruvato. E a outra (não metabólica) consiste em aprimorar a técnica do movimento, a fim de gastar um menor nível energético.

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Explicado como o piruvato entra na célula, temos de explicar o que acontece quando ele fica no citoplasma.

O lactato é gerado pelo ácido lático, (Nota: O que acumulamos é lactato e não ácido lático) e como todo e qualquer ácido em meio aquoso ele se dissocia, e nesse caso libera hidrogênio e lactato, ou seja, ocorre um fenômeno de acidose, portanto quanto maior a quantidade de lactato, menor será o PH sanguíneo.


E quanto menor a quantidade de PH no sangue, menor é a ativação da PKF. Com a diminuição desta, inibimos a própria glicólise, impedindo a reconstituição do ATP e, portanto, a oferta de energia.


domingo, 25 de agosto de 2013

Compostos Fosforados e CP

Energia: Algo que é capaz de realizar trabalho. Energia é finita, limitada, e não podemos formá-la.

Existem diversas Fontes de Energia, são elas:
·         Luminosa
·         Mecâmica
·         Elétrica (de fácil transmissão)
·         Nuclear
·         Térmica
·         Química

A Energia térmica é a mais importante dessas, porque nós, seres homeotermos, estamos com nossa temperatura corporal quase sempre acima da temperatura do ambiente, e por conta disso estamos perdendo calor. Mecanismos como a conversão de energia química em energia térmica fazem com que essa perda seja reduzida, compensando esse sistema e produzindo calor. 

Ordem hierárquica das energias consumidas pelo homem:
1.       Térmica
2.       Mecânica
3.       Elétrica e Química.
  
Vias metabólicas:

Anaeróbias:
·         CP
·         Clicólise
Aeróbias:
·         Glicólise
·         Lipólise
·         Proteólise

CREATINA FOSFATO – CP

·         Não é uma proteína, é um tripeptídeo, ou seja, três aminoácidos.
·         É liberada no sangue e captada pelo músculo.
·         É produzida pelos rins.

Proteína: grande cadeia de aminoácidos:
Peptídeo: pequena cadeia de aminoácidos.
Reserva de ATP < Reserva de CP

ATP à Adenosina Trifosfato
·         Molécula chave de transformação de energia e de armazenamento.

ATP precisa ser quebrado para formar ADP+Pi

·         Um indivíduo de aproximadamente 70 kg possui 50g de ATP em seu corpo. Esse mesmo indivíduo gasta, em 24 horas, aproximadamente 190 kg de ATP. Como?? Convertendo ATP em ADP e ADP em ATP, assim estaremos usando e ressintetizando o ATP.

·         O ATP precisa ser quebrado, e nessa quebra o ATP transforma-se em ADP + fosfato inorgânico, liberando (gastando) energia. Para que ocorra a ressíntese de ATP, precisamos de mais energia do que para a sua quebra, então o ATP continuará sendo quebrado, acumulando ADP. O ADP ativa a enzima Creatina Quinase (CK), que por sua vez quebra a Creatina Fosfato (CP) em Creatina + Fosfato liberando energia, que será utilizada na ressíntese do ATP.
Fig 1


·         Quando a reserva de CP no organismo começa a ser insuficiente, o nível de ATP começa a cair, ou seja, a ressíntese de ATP não está mais sendo eficaz, sendo esse um dos motivos pelos quais entramos em fadiga muscular. 
      Em um primeiro momento, observamos a queda do ATP, isso se dá porque para que consigamos ressintetizar o ATP precisamos de mais energia do que para quebrá-lo, necessitando que mais quebras para o acúmulo do ADP. No segundo momento, observamos um platô no nível do ATP, o que sugere que a reserva de CP já está em utilização para que a ressíntese do ATP seja eficaz, o que caracteriza o terceiro momento do gráfico: A queda no nível de CP para manter o nível de ATP. O quarto momento do gráfico, por fim, representa a diminuição do ATP, isso porque a reserva de CP não é mais suficiente para manter os níveis de ATP precisos para o exercício, e então entramos em fadiga muscular. 

Fig 2: http://fisiofisioex.blogspot.com.br/2013/03/metabolismo_20.html




 Outros conceitos importantes a serem lembrados:

Atividade Física: Qualquer atividade que tenha gasto calórico acima do repouso.
Exercício: Exercício é sempre atividade física, mas com método, intensidade e objetivo

Sejam bem vindos!

Somos Cauê Soares, Gabriela Guedes, Nathalie Netto, Vinícius Picetti e Wellington Benini, alunos da terceira etapa do curso de Educação Física. Neste blog iremos postar os conteúdos da disciplina de Fisiologia do Exercício solicitados pelo professor. Utilizaremos de textos, fotos, vídeos, montagens, entre outros, a fim de facilitar o entendimento e enriquecer o trabalho.

Seguem os mesmos abaixo:

1 – Compostos Fosforados e CP 
2 – Glicólise Aeróbia e Anaeróbia
3 - Lipólise
4 - Proteólise e Síntese de Proteínas
5 – Interrelação entre rotas
6 – Consumo de Oxigênio e Lactacidemia
7 – Análise crítica do filme “Muito Além do Peso”
8 – Histofisiologia neuromuscular
9 – Controle motor
10 - Hipófise, Hipotálamo e Exercício
11 - Tireóide, taxa metabólica e exercício
12 - Gônadas e Exercício
13 - Pâncreas, Diabetes e Exercício
14 - Análise do Seminário I
15 - FC, VS e Q
16 - Regulação da PA e Exercício
17 - Função Endotelial e Aterosclerose
18 - Mecânica respiratória
19 - Regulação da ventilação e Exercício
20 - Altitude e Mergulho
21 - Sistema Ósseo e Exercício
22 - Sistema Gastrointestinal e Exercício 
23 - Sistema Renal e Exercício
24 - Criança e Idoso
25 - Análise do Seminário II